Reflexão


                             Escrevendo na areia


Dois grandes mercadores árabes, de nomes Amir e Farid, eram muito amigos e sempre que faziam suas viagens para um lugarejo onde vendiam suas mercadorias, iam juntos, cada qual com sua caravana e seus escravos empregados. Numa dessas viagens, ao passarem junto a um rio caudaloso, Farid resolveu banhar-se, pois fazia muito calor. Em dado momento, distraindo-se, foi arrastado pela correnteza. Amir, vendo que seu grande amigo corria risco de vida, atirou-se nas águas e, com inaudito esforço, conseguiu salvá-lo. Após esse episódio, Farid chamou um de seus escravos e mandou que ele gravasse numa rocha ali existente, a seguinte frase: “AQUI COM RISCO DE SUA PRÓPRIA VIDA, AMIR SALVOU A VIDA DE SEU AMIGO FARID” .
    Ao retornarem, passaram pelo mesmo lugar, onde pararam para rápido repouso. Enquanto conversavam, tiveram uma pequena discussão e Amir, alterando-se, esbofeteou Farid.
   Este aproximou-se das margens do rio e, com uma varinha, assim escreveu na areia: “AQUI POR MOTIVOS FÚTEIS, AMIR ESBOFETEOU O SEU AMIGO FARID”
    O escravo que fora encarregado de escrever na pedra o agradecimento de Farid, perguntou-lhe: - Meu senhor, quando fostes salvo, mandaste gravar aquele feito numa pedra e agora escreveis na areia o agravo recebido. Por que assim o fazeis?
Farid respondeu-lhe: - Os atos de bondade, de amor e abnegação devem ser gravados na rocha para que todos aqueles que tiverem oportunidade de tomar conhecimento deles, procurem imitá-los. Ao contrário, porém, quando recebemos uma ofensa, devemos escrevê-la na areia, próxima às águas para que desapareça, levada pela maré, a fim de que ninguém tome conhecimento dela e, acima de tudo para que qualquer mágoa desapareça prontamente no nosso coração.



Lição de Vida




Era uma vez, dois homens que estavam doentes no mesmo quarto de um hospital. O cômodo era pequeno e nele havia uma janela que dava para o mundo.

Um dos homens tinha permissão para sentar-se por uma hora durante as tardes. Sua cama ficava ao lado da janela. O outro, contudo, tinha que passar o seu tempo deitado, quase imobilizado.

Todas as tardes, quando o primeiro se sentava à cama, passava o tempo descrevendo em voz alta o que via lá fora. O outro adorava este momento e o esperava com ansiedade.

Ele falava de um parque onde havia um lago com cisnes brancos, crianças brincando e atirando pipocas para as aves. Jovens namorados caminhavam pela relva verde de mãos dadas entre árvores e flores. Por trás das árvores, ao fundo, avistava-se o belo contorno dos prédios da cidade à frente de um céu azul maravilhoso com brancas nuvens.

O paciente que ficava deitado ouvia seu companheiro descrever tudo aquilo e se deliciava dia após dia. Isto lhe servia como fonte de ânimo e esperança. As cenas descritas eram perfeitas, coloridas e vivas.

Os dias se passaram e a saúde daquele homem que se sentava à cama se agravou. Ele veio a falecer.

Logo que pareceu apropriado, o outro pediu aos médicos para ser colocado na cama junto à janela. Seria de grande conforto poder ver com os próprios olhos o que até então só imaginava.

Apoiando-se com dificuldade sobre o cotovelo e sentindo muita dor, conseguiu enfim olhar através da janela. Sua surpresa foi estonteante. Ele constatou que o que se via através dali era apenas uma parede de tijolos. Nada mais havia - nem lago, nem crianças, nem cisnes.

Foi então que ele aprendeu a maravilhosa lição que o colega de quarto lhe deixara. A vida é aquilo em que nós a tornamos. Os fatos são sempre objetivos. Mas o seu significado depende de como os interpretamos. E isto é subjetivo - vai da visão de cada um. Havia lá uma parede, sim. Mas aquele homem criava as descrições a partir do que era capaz de ver além dela e, assim, gerava para si e para o seu colega pensamentos fortes e positivos.

Você tem o direito à visão que se esconde por detrás dos muros da vida. Resta apenas o esforço e o desejo de ser feliz a tal ponto. 



Exemplo de Superação



A águia é a ave que possui maior longevidade da espécie. Chega a viver setenta anos.
Mas para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão. Aos quarenta ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil!
Então a águia só tem duas alternativas: Morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar cento e cinquenta dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo.
Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só cinco meses depois sai o formoso vôo de renovação e para viver então mais trinta anos.
Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes, velhos hábitos que nos causam dor.
Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que a renovação sempre nos traz.
"Se alguém está com Cristo é uma nova criatura; as coisas

velhas já passaram, eis que tudo se fez novo."




A Imagem de um espelho não reflete o que somos, 
somos o reflexo de nossas atitudes, daquilo que há dentro de nós. 
Somos o que refletimos ao nosso próximo.